sábado, 9 de maio de 2015

CRUZEIRO SEM PLANO TÁTICO

O Técnico Marcelo Oliveira justifica o jogo ruim do time e diz em entrevista: “A primeira situação é que perdeu-se seis a sete jogadores de um time titular que vinha jogando há quase dois anos. Mesmo que estejamos em maio, o Ceará está fora, o Dedé está fora, o Bruno estava fora, o Willians voltou, o Marquinhos voltou. Além das características destes jogadores. Acho que esse somatório de coisas é o que está dificultando encaixar o time da forma que a gente quer”, disse Marcelo Oliveira. 
O "somatório de coisas" ao qual ele se refere é apenas uma coisa: perda de jogadores. 
Esta incoerência no uso das palavras mostra que ele está buscando, de modo atordoado, justificativas para um trabalho pouco eficaz.
Buscando razões externas que o livrem da responsabilidade de não encontrar soluções táticas e estratégicas.
Na mesma entrevista: "Tenho esse pensamento sim, (o time) não está jogando como a gente previa, como a gente quer. Vamos mudar um pouquinho a forma de jogar".
Em maio?
E somente agora vai mudar "um pouquinho"?
Qual será a mudança?
Ele não diz.
Nos dois últimos anos o time não apresentou variações.
Marcelo não tem um plano de jogo para o time.
E como não tem plano, não tem estratégias para cada jogo ou fase de um jogo além daquela comum à maioria dos técnicos: tirar um atacante e colocar mais um volante.
Vi o jogo entre Internacional e Atlético.
Os dois times são treinados.
Têm, ambos, um plano tático.
Variações.
Buscam o ataque através de caminhos que são treinados, defendem-se com agrupamentos rápidos.
Treinados.
Levir e Aguirre podem ser chamados de pensadores do futebol, estrategistas.
Aguirre deixa estrelas no banco de reserva, estrelas como D'Alessandro e o xodó da torcida, o Valdívia, e entra com eles no decorrer do jogo. 
Em 29 jogos não escalou o mesmo time uma só vez.
Com suas constantes e planejadas mudanças ele qualificada todo o elenco. Assim, quando não pode contar com um jogador, um outro o substitui naturalmente.
Levir faz o mesmo, cria opções.
Marcelo ainda não pode ser chamado de técnico, ou seja, aquele que domina um fazer.
Ele ainda está limitado ao pensamento de que repetindo o mesmo time muitas e muitas vezes, de tanto repetir, uma hora ele se "encaixe".
Isto não acontece.
Trata-se de explicação fácil, infantil até.
Um time mal escalado, mal treinado, sem plano tático, pode jogar mil partidas que continuará sendo ruim.
Quanto mais se repete uma mediocridade, mais medíocre ele fica.
Marcelo ganhou dois títulos nacionais com o Cruzeiro e foi louvado por isso (embora os principais comentaristas brasileiros sempre o olhem com ressalvas).
Prevalece a suposição de que o time jogou bem pela excelência do elenco formado por Alexandre Matos.
Talvez Matos tenha sido o verdadeiro técnico naqueles anos vitoriosos (como está sendo o "técnico" que ressuscitou o Palmeiras neste ano).
Matos "encaixou" o time de 2013 logo após sua formação fazendo-o jogar um ótimo campeonato mineiro e iniciar o brasileiro voando.
Marcelo apenas não atrapalhou aquele time.
Teve somente algumas infelicidades e interferências ruins como nas vezes em que derrotou o próprio time ao colocá-lo na defesa contra suas próprias características, como fez semana passada na derrota para o São Paulo quando o time não criou uma única situação de gol.
Já fizera o mesmo no Maracanã quando perdeu a Copa do Brasil para o Flamengo.
Em 2015, sem um elenco tão forte, Marcelo tem mais momentos infelizes do que bons momentos.
A rigor, o time não jogou nenhuma boa partida em 2015.
Marcelo foi bem regionalmente no Coritiba que tinha um ótimo elenco formado por Ney Franco.
Foi mal no Vasco que tinha elenco frágil.
Foi bem no ótimo elenco de 2013/14 do Cruzeiro formado por Alexandre Matos.
Deixa a desejar no Cruzeiro atual que tem elenco menos qualificado.
Na próxima semana, é bem possível que seja desclassificado da Libertadores pelo São Paulo.
Os cruzeirenses precisam torcer muito neste ano.
O elenco não é tão qualificado e o técnico não apresentou até hoje uma solução tática ou estratégica.

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