sábado, 18 de abril de 2015

OS TÉCNICOS ULTRAPASSADOS

Vi o programa Bem Amigos do SporTv, com participação do técnico Abel Braga.
Como qualquer entrevista de técnicos brasileiros, à excessão de Levir Culpi e uns poucos mais, esta também foi lastimável. 
Fato é que os "jornalistas" do programa também não ajudam em nada.
Ah, Vanderlei Luxemburgo também dá boas entrevistas onde prevalece um certo folclore boleiro engraçado e não a reflexão mais culta e bem humorada de Levir.
Os outros são insuportáveis.
Eu esperava um pouco mais de Abel Braga, um homem que viveu em Paris, é pianista, fala sobre a qualidade dos vinhos.
Mas a participação dele deixou à mostra uma absoluta pobreza de idéias.
Lugares comuns... "não sou boleirão, sou é amigo dos jogadores. Sou um pai para aqueles que dão o sangue em campo".
"Sou muito competitivo."
Perguntado por que, sendo competitivo, estava de partida para o "mundo árabe" onde os campeonatos são tudo, menos competitivos, disse que ia por causa do dinheiro.
Nada contra, mas tinha necessidade de louvar-se como "muito competitivo"?
Abel não conseguiu encadear pensamentos em nenhum momento durante a entrevista.
Sentado de um modo engraçado na poltrona, a enorme barriga forçando-o para trás, era a própria imagem da maioria dos técnicos brasileiros.
Como podem estes senhores barrigudos, incapazes de cuidar do próprio corpo, treinarem atletas?
Basta olhar os treinadores das principais equipes do mundo.
Nenhum barrigudo descuidado, mas os brasileiros, sim.
Abel está desempregado há bastante tempo, desde que foi demitido do Inter de Porto Alegre.
Disse que foi consultado sobre a possibilidade de dirigir o São Paulo.
Foi mesmo, mas como segunda ou terceira opção do tricolor que prefere o argentino Sabella.
Em determinado momento, ele afirmou que está muito difícil para um técnico de futebol trabalhar no Brasil e que, por isso, irá para o "mundo árabe".
Galvão Bueno, que conduzia o programa, perguntou por quê?
E Abel, apesar de falar durante largo tempo, não soube explicar.
Toda a banca do programa em silêncio, ele falava e falava, ninguém interrompia.
Foi constrangedor.
Disse por fim, depois de uma peroração ininteligível, que tudo cai nas costas do técnico.
Um mi mi mi injustificável, pois os "professores" mais renomados do Brasil ganham mais que 500 mil reais por mês para treinar os times.
Ganha 500 mil reais por mês e não quer ser responsável?
Mas nenhum jornalista questionou.
E Galvão disse que aquela coisa ininteligível foi corajosa e importante.
Uma vergonha.
Esta afirmativa de que está muito difícil para um técnico trabalhar no Brasil foi formulada por Muricy cerca de dois meses atrás quando ainda era técnico do São Paulo e sofria pressões de bastidores.
E Abel repetiu a afirmação como se fosse sua.
E elogiou o Galvão, falou de vinhos, se auto elogiou.
E chegou Ronaldo Nazário parabenizando Galvão por seus muitos anos de televisão e chamando-o de "padrinho".
Técnicos e jornalistas (?) em congratulações.
Jornalismo mesmo que é bom, necas de pitibiribas.

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