domingo, 9 de março de 2014

O JORNALISMO ESPORTIVO É QUASE SÓ OBA-OBA

Tinga foi hostilizado por racistas peruanos e nenhum jornalista esportivo pediu que os times brasileiros deixassem de ir ao país vizinho pelos próximos anos.
O que ouvi e li?
Platitudes. 
A imprensa esportiva relata a agressão e, no outro dia a esquece.
Ela evita se envolver.
Esta é uma atitude ruim para o esporte, ruim para o país onde a comunicação em geral - e aqui incluo as redes sociais - em casos de agressão aos direitos humanos já tem comportamento muito mais avançado, como ocorre na agressão aos gays e lésbicas.
Nos casos de racismo, não.
Os racistas de Bento Gonçalves hostilizaram e agrediram o árbitro Márcio Chagas da Silva e a imprensa esportiva não pediu que fosse proibida a realização de jogos na cidade por um longo período.
Arouca sofreu atentado racista no interior de São Paulo e nada aconteceu.
Pior do que nada acontecer é a aplicação de penas brandas.
O time dos torcedores racistas perde 3 pontos...
Ou joga sem a presença da torcida racista por um jogo.
Isto é não punição, é incentivo.
E a imprensa esportiva, jornalistas, apresentadores, narradores, comentaristas sempre expressando a velha cantilena: "É apenas parte da torcida".
Não é.
A torcida peruana do Real Garcilaso é racista, a torcida de Bento Gonçalves é racista, a torcida de Mogi é racista.
Do mesmo modo, a imprensa esportiva trata as torcidas organizadas: "É a minoria que provoca os tumultos, agride, mata..."
Não é.
As torcidas organizadas são bandos que se organizam para brigar, agredir, matar.
Qual foi a última vez que o jornalismo esportivo brasileiro contribuiu de alguma forma para o desenvolvimento ético dentro do futebol e do esporte em geral?

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