terça-feira, 19 de novembro de 2013

TIMES PAULISTAS APOIAM ASSASSINATOS DAS ORGANIZADAS

Matéria veiculada, hoje, no UOL mostra o apoio das diretorias dos clubes paulistas às gangues de torcidas organizadas.
Depois de muita pressão do MP e da sociedade, assinaram Termo de Ajustamento de Conduta, mas não aceitaram o fim do financiamento às gangues. 
Querem continuar financiando o crime organizado nos estádios - e fora deles quando for necessário aos seus interesses.
Assim, quando torcedores organizados cometerem novos assassinatos, penso que tais diretores também deveriam ser responsabilizados.
Veja a imundície patrocinada pela diretorias de São Paulo, Palmeiras, Santos e Corínthians (e que encontram apoio nas diretorias de todos os clubes brasileiros):
SANTOS LIDERA RECUSA DE PAULISTAS A LEI QUE CONTROLA VERBA DAS ORGANIZADAS
do UOL, em São Paulo - por Guilherme Costa e Guilherme Palenzuela
Em reunião realizada na última segunda-feira, na sede do Ministério Público de São Paulo, as diretorias de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo assinaram um TAC (termo de ajustamento de conduta) com uma série de medidas para controlar a presença de torcedores organizados nos estádios a partir do início de 2014. Contudo, o texto aboliu um item que fez parte da discussão em reuniões anteriores, o controle de repasse financeiro às organizadas.
A promotoria chegou a sugerir um controle das verbas dos clubes destinadas para as torcidas, mas um movimento que começou com a diretoria santista minou a ideia.
Os itens contidos no texto do TAC foram discutidos em pelo menos cinco reuniões antes da última segunda-feira. Inicialmente, o modelo proposto pelo Ministério Público aos clubes era bem parecido com a versão final.
Os clubes alegaram que aspectos como obrigação de a torcida organizada ficar em um setor do estádio e exigência de cadastro prévio feririam o Código do Consumidor. Por isso, apresentaram resistência inicial ao projeto.
A segunda proposta do Ministério Público foi cessar o repasse de dinheiro dos clubes a torcidas organizadas. A ideia era cortar vínculos e enfraquecer os agrupamentos de adeptos. Quando isso foi apresentado, as equipes pediram que o primeiro modelo fosse retomado.
O primeiro time a vetar um mecanismo que cerceasse o direito de repassar dinheiro a torcedores organizados foi o Santos. As discussões foram feitas em reuniões abertas, e o time da Vila Belmiro, segundo um dos presentes, "levantou a bola".
O Santos foi seguido, na ordem, por São Paulo e Corinthians, que haviam admitido o mecanismo que impedisse o aporte de dinheiro a torcedores, mas condicionaram a assinatura do TAC à unanimidade. O Palmeiras foi o time que mostrou menor interesse em retirar do texto o veto ao repasse financeiro.
"Primeiramente, houve uma resistência dos clubes com relação a alguns artigos por causa do Código do Consumidor. Nós dissemos que, já que eles achavam isso, poderíamos trabalhar de outra forma. Então, sugerimos um termo de compromisso em que eles assumiriam que parariam de subsidiar torcidas. Houve um racha entre os clubes, e eles questionaram o que nós queríamos com essa sugestão. Diante disso, voltei ao plano original", explicou Roberto Senise Lisboa, promotor de Justiça do Consumidor do Ministério Público de São Paulo.
"Pude perceber que os clubes começaram a questionar e reagir de formas diferentes por causa de aspectos como o conselho deliberativo e por trabalharem junto com a torcida desde que a torcida existe", continuou Senise Lisboa.
Na antepenúltima reunião do grupo, realizada há cerca de um mês, os clubes e o MP já começaram a formatar um termo mais voltado à primeira ideia. Os dois últimos encontros, incluindo o da última segunda-feira, já foram baseados apenas nesse modelo.
"O Santos Futebol Clube reafirma o seu bom relacionamento com as torcidas organizadas e discorda com o estereótipo de que os seus integrantes não apresentariam comportamento adequado, com a devida civilidade, nos estádios e fora deles", disse o time do litoral em nota oficial enviada ao UOL Esporte.
O termo que os clubes assinaram é alicerçado em três aspectos: cadastramento, separação e monitoramento de torcedores organizados. O novo formato de tratamento a esses grupos será iniciado no Campeonato Paulista de 2014.
A partir dessa competição, os clubes se comprometeram a criar nos estádios espaços exclusivos para os organizados, que serão proibidos de frequentar outros setores. Os torcedores filiados a grupos uniformizados ainda precisarão fazer um cadastro – o acesso às arenas será feito com um cartão exclusivo para quem forneceu dados.
Outro ponto presente no TAC é o monitoramento. Os clubes se comprometeram a fornecer imagens para o MP a fim de identificar torcedores baderneiros. Esses vídeos ficarão nas mãos do poder público por até 60 dias.
"Trabalhamos pela paz nos estádios, pela presença das famílias. Continuamos contra os violentos, os vândalos, sejam eles membros de torcida organizada ou da torcida comum, e nos comprometemos a ajudar a identificar os indivíduos que cometerem excessos", finalizou Odílio Rodrigues Filho, presidente em exercício do Santos.

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