Matéria veiculada, hoje, no UOL mostra o apoio das diretorias dos clubes paulistas às gangues de torcidas organizadas.
Depois de muita pressão do MP e da sociedade, assinaram Termo de Ajustamento de Conduta, mas não aceitaram o fim do financiamento às gangues.
Querem continuar financiando o crime organizado nos estádios - e fora deles quando for necessário aos seus interesses.
Assim, quando torcedores organizados cometerem novos assassinatos, penso que tais diretores também deveriam ser responsabilizados.
Veja a imundície patrocinada pela diretorias de São Paulo, Palmeiras, Santos e Corínthians (e que encontram apoio nas diretorias de todos os clubes brasileiros):
SANTOS LIDERA RECUSA DE PAULISTAS A LEI QUE CONTROLA VERBA DAS ORGANIZADASdo UOL, em São Paulo - por Guilherme Costa e Guilherme Palenzuela
Em reunião realizada na última segunda-feira, na sede do Ministério
Público de São Paulo, as diretorias de Corinthians, Palmeiras, Santos e
São Paulo assinaram um TAC (termo de ajustamento de conduta) com uma
série de medidas para controlar a presença de torcedores organizados nos
estádios a partir do início de 2014. Contudo, o texto aboliu um item
que fez parte da discussão em reuniões anteriores, o controle de repasse
financeiro às organizadas.
A promotoria chegou a sugerir um controle das verbas dos clubes destinadas para as torcidas, mas um movimento que começou com a diretoria santista minou a ideia.
A promotoria chegou a sugerir um controle das verbas dos clubes destinadas para as torcidas, mas um movimento que começou com a diretoria santista minou a ideia.
Os itens contidos no texto do TAC foram discutidos em pelo menos cinco
reuniões antes da última segunda-feira. Inicialmente, o modelo proposto
pelo Ministério Público aos clubes era bem parecido com a versão final.
Os clubes alegaram que aspectos como obrigação de a torcida organizada
ficar em um setor do estádio e exigência de cadastro prévio feririam o
Código do Consumidor. Por isso, apresentaram resistência inicial ao
projeto.
A segunda proposta do Ministério Público foi cessar o repasse de
dinheiro dos clubes a torcidas organizadas. A ideia era cortar vínculos e
enfraquecer os agrupamentos de adeptos. Quando isso foi apresentado, as
equipes pediram que o primeiro modelo fosse retomado.
O primeiro time a vetar um mecanismo que cerceasse o direito de
repassar dinheiro a torcedores organizados foi o Santos. As discussões
foram feitas em reuniões abertas, e o time da Vila Belmiro, segundo um
dos presentes, "levantou a bola".
O Santos foi seguido, na ordem, por São Paulo e Corinthians, que haviam
admitido o mecanismo que impedisse o aporte de dinheiro a torcedores,
mas condicionaram a assinatura do TAC à unanimidade. O Palmeiras foi o
time que mostrou menor interesse em retirar do texto o veto ao repasse
financeiro.
"Primeiramente, houve uma resistência dos clubes com relação a alguns
artigos por causa do Código do Consumidor. Nós dissemos que, já que eles
achavam isso, poderíamos trabalhar de outra forma. Então, sugerimos um
termo de compromisso em que eles assumiriam que parariam de subsidiar
torcidas. Houve um racha entre os clubes, e eles questionaram o que nós
queríamos com essa sugestão. Diante disso, voltei ao plano original",
explicou Roberto Senise Lisboa, promotor de Justiça do Consumidor do
Ministério Público de São Paulo.
"Pude perceber que os clubes começaram a questionar e reagir de formas
diferentes por causa de aspectos como o conselho deliberativo e por
trabalharem junto com a torcida desde que a torcida existe", continuou
Senise Lisboa.
Na antepenúltima reunião do grupo, realizada há cerca de um mês, os
clubes e o MP já começaram a formatar um termo mais voltado à primeira
ideia. Os dois últimos encontros, incluindo o da última segunda-feira,
já foram baseados apenas nesse modelo.
"O Santos Futebol Clube reafirma o seu bom relacionamento com as
torcidas organizadas e discorda com o estereótipo de que os seus
integrantes não apresentariam comportamento adequado, com a devida
civilidade, nos estádios e fora deles", disse o time do litoral em nota
oficial enviada ao UOL Esporte.
O termo que os clubes assinaram é alicerçado em três aspectos:
cadastramento, separação e monitoramento de torcedores organizados. O
novo formato de tratamento a esses grupos será iniciado no Campeonato
Paulista de 2014.
A partir dessa competição, os clubes se comprometeram a criar nos
estádios espaços exclusivos para os organizados, que serão proibidos de
frequentar outros setores. Os torcedores filiados a grupos uniformizados
ainda precisarão fazer um cadastro – o acesso às arenas será feito com
um cartão exclusivo para quem forneceu dados.
Outro ponto presente no TAC é o monitoramento. Os clubes se
comprometeram a fornecer imagens para o MP a fim de identificar
torcedores baderneiros. Esses vídeos ficarão nas mãos do poder público
por até 60 dias.
"Trabalhamos pela paz nos estádios, pela presença das famílias.
Continuamos contra os violentos, os vândalos, sejam eles membros de
torcida organizada ou da torcida comum, e nos comprometemos a ajudar a
identificar os indivíduos que cometerem excessos", finalizou Odílio
Rodrigues Filho, presidente em exercício do Santos.
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