quinta-feira, 10 de outubro de 2013

PATRIOTISMO E FUTEBOL

O jogador brasileiro Diego Costa - artilheiro da Espanha em 2013 pelo Atlético de Madri - quer defender a seleção espanhola na Copa do Mundo de 2014.
Já disse que aceita a convocação. 
Hoje, depende apenas da burocracia de liberação da CBF e da Fifa.
O torcedor espanhol o quer mais na seleção do que os locais Negredo ou Soldado.
No princípio do ano foi convocado para a seleção da CBF e teve atuações apagadas.
Nunca mais foi chamado.
O canal SporTV da Globo manifestou-se contra através de PC Vasconcelos e Lédio Carmona.
Dirigentes da CBF também.
Mal disfarçada, a questão do patriotismo foi invocada.
Imprensa europeia manifesta-se apenas analiticamente, sem apelar a patriotismo.
El País, um dos melhores jornais do mundo, diz que a pátria de um jogador de futebol é a sua camisa.
Já a crônica esportiva espanhola, que mantém indisfarçável comportamento de torcedor, defende a convocação.
Outros estrangeiros já defenderam a seleção do país como Di Stefano, Puskas, Cubala.
A legislação atual da Fifa permite que um estrangeiro que não tenha defendido a seleção do seu país natal possa defender a de outro país, desde que obtida a cidadania necessária.
Antes, não podia se tivesse vestido a camisa da seleção do seu país natal mesmo em jogo amistoso.
Lédio e PC Vasconcelos esbravejaram contra esta nova diretriz.
"Como? Outro dia mesmo, no princípio do ano, ele estava todo pimpão convocado por Scolari".
Admitiam que Deco e Pepe, na seleção portuguesa podiam, pois se fizeram futebolisticamente lá.
"Mas Diego Costa?"
Esta idéia de patriotismo mesclado a seleções de futebol é ridícula.
Se um homem pode defender outro país numa guerra, por que não pode integrar sua seleção de futebolistas?
Nascer em determinado país é uma fatalidade.
Escolher o país que se quer defender é uma opção pessoal.
Esses comentaristas ficam ridículos com seus arroubos patriotas.
Quando Felipões e Zagalos falam de patriotismo, da mística da "amarelinha", estão dizendo o quê?
Que amam um símbolo?
Então a pátria é um símbolo estático? 
Uma história passada, imutável?
Ou uma cultura que por si só é movimento constante, mudança, inclusive de valores?
Se Diego escolher, com amparo legal, a seleção espanhola, deixará de carregar consigo alguns valores de sua origem nordestina?
A escolha pessoal é sempre mais importante.
Buscar o seu impedimento não é boa coisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário