segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O MINEIRÃO NÃO ESTÁ PRONTO



(AUTOR: JULIANO PAIVA - Toda segunda no DomTotal.com)
Mineirão não passou no seu primeiro grande teste, o clássico Cruzeiro x Atlético
O que surpreendeu mais o público neste domingo na reabertura do Mineirão?
O começo “certinho” do Cruzeiro, o “desligamento” do Atlético ou o fato de o estádio não estar pronto?
Tendo em vista tudo o que aconteceu nesta reinauguração, e nos dias que a antecederam, o jogo acabou ficando em segundo plano.
Cheguei ao Mineirão por volta das 15h30 e se não fosse por um rosto amigo, o do meu editor no Diário da Tarde, Carlos Cruz, teria ainda mais dificuldade para encontrar a tribuna de imprensa.
Logo na entrada para jornalistas perguntei ao pessoal da Minas Arena onde ficava o local de credenciamento. Eles não sabiam. Foi Carlos Cruz, que chegara ainda mais cedo, que me orientou.
Já dentro do estádio, mais desinformação. Pessoas da Minas Arena com o colete “Posso ajudar?” não sabiam a localização exata da tribuna de imprensa. “Acho que fica por aqui”. Um deles foi preciso assim.
Reclamações de torcedores
Na busca por meu local de trabalho, fui parado por torcedores, que notavam que eu era jornalista pelos crachás. E, claro, aproveitaram a oportunidade para reclamar, com razão.
Bares fechados, banheiros sem luz, longas filas, falta de comida e água foram as queixas mais recorrentes. Quando havia o que comprar, tudo era muito caro. Notei também que havia “resto” de obra no caminho, elevador ainda com plástico e falta de acabamento em vários locais.
O Mineirão ainda não está pronto! A conclusão é obvia.
Telão
Também incomodou o fato de o placar eletrônico ser muito pequeno. Outra coisa que chamou a atenção de forma negativa foi a largura das escadas. São muito estreitas. Sinceramente, me senti muito inseguro com isso.
Estacionar é preciso
Centenas de torcedores motorizados atenderam ao pedido da Minas Arena e chegaram mais cedo ao Mineirão. E como foram recompensados? Com os portões do estacionamento fechados. Eles só foram abertos por volta das 14h. Em decorrência disso, filas de carros se formaram do lado de fora do Mineirão.
O velho Mineirão no novo Mineirão
“Site em manutenção”. Foi com essa frase que torcedores se depararam ao entrarem no www.futebolcard.com
A compra do ingresso, que não deveria durar mais do que cinco minutos, levou 50 minutos, uma hora. Claro, para os felizardos que conseguiram adquirir seu bilhete, pois a maioria não teve êxito graças às quedas constantes do Futebolcard.com, autorizado pela Minas Arena a vender os bilhetes.
E quem conseguiu comprar, acredite, pagou 10% a mais por este transtorno para, após a compra, ainda ter de retirar seu bilhete em postos de troca.
Já as vendas nos postos físicos, que começariam na quinta (31) às 8h, foram um martírio ainda maior. Atleticanos foram para fila no sábado (26) e cruzeirenses na terça (29). Garantia de ingresso na mão? Claro que não! Três horas de atraso para o início das vendas.
No Minas I, posto de venda para atleticanos, o tempo de espera foi ainda maior. Torcedores só puderam comprar seus bilhetes a partir da 15h30.
É o velho Mineirão incrustado no novo Mineirão.
E o responsável por este desrespeito…
O Cruzeiro, mandante da partida, responsabilizou a Minas Arena. A concessionária que administra o estádio, por sua vez, pediu desculpas.
É o mínimo que poderia fazer, apesar de não amenizar o sofrimento dos torcedores.
E a tão esperada venda de ingressos em casas lotéricas? Não passou de palavras ao vento.
O certo é que desde aquele teatro para a entrega do Mineirão, em dezembro, imaginei que reinaugurar o estádio sem um jogo seria a única lambança. Estava enganado. Infelizmente.
Vale lembrar
Para um estádio onde foram gastos R$ 665 milhões, sendo R$ 17,8 milhões com o projeto, o que aconteceu neste domingo e na venda dos ingressos é inadmissível.
Palmas para…
Marcelo Oliveira foi o grande destaque do clássico. Armou e motivou o Cruzeiro de modo a dar poucas chances ao Atlético. O Galo, por sua vez, parecia não estar ali em alguns momentos. Desligado, talvez mais preocupado com a estreia na Copa Libertadores, errava muitos passes e insistia na ligação direta entre defesa e ataque.
O Cruzeiro estava mais coeso, o que surpreendeu, uma vez que o time foi quase todo trocado.
Merecem palmas também as duas torcidas que disputaram no grito a supremacia no estádio. Foi muito bonito, como nos bons tempos de Mineirão.

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