sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

JOGAR E DEFENDER

Jogar significa defender e atacar em busca de um resultado positivo, de marcar mais gols do que o adversário.
Há times que até abdicam de atacar, só defendem.
Não estão jogando propriamente, pois jogar significa também correr riscos, se expor.
Defender é mais natural do que atacar, sabemos disso pela vida que vivemos.
Um time, que só se defende, tem ótimas chances de não tomar gols.
Os exemplos são muitos.
A Suissa foi o exemplo mais marcante.
Bons resultados contra adversários fortes geraram todas as retrancas de que se tem notícia.
Até que times fortes também começaram a jogar na retranca.
Como a Inter de Mourinho ou o Chelsea.
E surgiu uma organização estratégica que infestou o mundo e se enraizou no futebol brasileiro.
Atacar, só na boa.
Melhor se garantir antes.
E o jogo fica prejudicado.
É o chamado "futebol de resultados", coisa herdada de economistas e banqueiros e tais e tais.
Chama-se "jogar no erro do adversário".
O nome é uma bobagem, pois ninguém joga "no acerto do adversário".
Mas esta designação tola quer dizer que o time é preparado para se defender ferozmente... se o jogo ficar zero a zero não imnporta... mas se surgir uma oportunidade, investir nela com tudo.
Se conseguir marcar o gol, defenderá mais ferozmente ainda sua casinha.
Alguns chamam de "jogar por uma bola só".
Real Madrid e Manchester fizeram um jogo que é o contrário disso.
Expuseram-se o tempo todo indo ao ataque.
São Paulo e Atlético também se expuseram.
O futebol é um jogo.
Exige coragem para atacar o que significa também, aceitar que será contra-atacado.
Os times brasileiros, para evitar a exposição, deixam sua defesa próxima do gol que defendem.
Os volantes ficam presos frente à defesa... pelo menos um fica.
Deixam um centro avante fixo, lá na frente, para impedir o avanço da defesa contrária.
E toda essa covardia resulta em times espalhados no campo, preocupados em não se expor nunca.
Quem viu Real e Manchester pôde notar que, quando um deles atacava, os seus zagueiros ultrapassavam a metade do campo, atacavam também, encurtavam as linhas.
Os jogadores de meio de campo tinham que percorrer menores distâncias para fazer a transição defesa/ataque e ataque/defesa.
Estavam mais expostos?
Talvez.
Mas estavam jogando mais coletivamente.
E aceitando esportivamente a essência do jogo.
E jogando melhor pois atacavam todo o tempo em busca de vantagem no placar que é a essência do jogo.
Não ficavam acovardados como ficam os times de Muricy, Abelão, Parreira, Roth.
Ah, e para que os times espalhados possam se defender melhor, esses técnicos inventaram outra arma.
A chamada "falta tática".
O sistema acovardado precisa dela para que o time faltoso possa recompor suas linhas.
Com o passar do tempo, a falta tática se transformou em falta à qualquer hora, em matar todas as jogadas do adversário.
Tão treinados a fazer falta estão os nossos jogadores, que fazem as faltas mais ridículas, as mais desnecessárias.
Daí ao acúmulo de faltas que infesta o futebol brasileiro.
Não são raros os jogos com mais de 50 faltas no Brasil.
E como a lógica é fazer faltas, os jogadores também se especializaram em simular faltas.
Alguns se tornaram exímios como Neymar.
Mas há também aqueles que se recusam a simular, como Bernard.
O jogo revela o caráter do jogador.

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