sábado, 26 de janeiro de 2013

TOSTÃO, O MAIOR JOGADOR DO DA HISTÓRIA DO CRUZEIRO

Tostão fez, hoje, 66 anos.
É o maior jogador da história do Cruzeiro.
Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, vestiu a camisa celeste entre 1964 e 1972 e tornou-se, também, o maior goleador da história do clube. 
Foram 245 gols marcados em 383 jogos. 
O artilheiro deixou o Cruzeiro aos 25 anos. 
Por causa da contratação do autoritário Yustrich, um técnico que chegou a espancar jogadores,  deixou o time.
Vivíamos a ditadura militar, e deixar o Cruzeiro por causa de um técnico autoritário foi um protesto político.
Tostão sofreu um deslocamento de retina, antes da Copa de 1970, mercê de uma bolada.
O beque Ditão do Corínthians rebateu uma bola próximo dele.
A bola pegou no olho.
Daí por diante, ele não foi mais o mesmo.
Passou por cirurgia, vivia com o olho permanentemente inchado, e jogou a Copa de 1970 no sacrifício.
Zagalo chegou a dizer que olhava para ele e horrorizava, como se o olho dele, de tão vermelho, fosse uma posta de carne viva.
Encerrou carreira prematuramente, em 1973, mal tinha completado 26 anos, no Vasco da Gama.
Foi o primeiro jogador de Minas Gerais a ser convocado para uma Copa do Mundo, em 1966.
Em 1970 foi titular absoluto do time tricampeão mundial, formando o Ataque Inesquecível com Pelé e Jairzinho.
O mais assombroso que o Brasil já teve numa copa do mundo.
Tostão era capaz de organizar qualquer time.
Jogava com simplicidade e aguda inteligência.
Tinha habilidade individual, velocidade, raro domínio de bola e um chute ótimo com a esquerda.
Perfeccionista, desenvolveu bom chute com o pé direito.
Passava, driblava, combatia, se deslocava tanto pela direita quanto pela esquerda, tinha intensidade e uma leitura privilegiada do jogo.
Mas nunca foi bom cabeceador.
Dizem que os canhotos não são bons cabeceadores.
Maradona preferia usar a mão a cabecear.
Tostão foi um jogador além do seu tempo.
Tenho certeza que se adaptaria perfeitamente ao futebol jogado hoje.
Ele não enfeitava jogadas - nunca o vi fazer além do necessário com a bola - não cavava ou simulava faltas.
Jogava sempre à frente, passes simples, retos, sem "três dedos", trivelas, nada de firulas.
O passe preciso, rápido, se possível de primeira.
E era um jogador ético.
Nunca o vi atingir outro jogador maldosamente, reclamar acintosamente, não me lembro de ele ser expulso.
Deve ter sido, mas não me lembro.
Nunca quis ser uma estrela.
Sua vida pessoal, ele a manteve a sete chaves.
Tostão marcou 36 gols em 59 partidas pela Seleção Brasileira. 
Foi campeão pelo Cruzeiro em 1965, 66, 67, 68, 69 e 1972.
Campeão brasileiro em 1966.
Campeão do mundo de seleções em 1970. 
Quando deixou o futebol dedicou-se à Medicina.
Médico, dedicou-se unicamente à ciência.
E se destacou.
Tornou-se professor da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais - de 1981 a 1997.
Não é qualquer médico que consegue ser professor em uma universidade federal no Brasil.
Deixou a medicina e voltou a envolver-se diretamente com o futebol.
Mantem uma coluna semanal na Folha de São Paulo repetida em vários jornais.
É considerado por muitos, o melhor comentarista esportivo do Brasil.
Tostão é, além de colunista e escritor, um pensador do futebol.
Sua coluna é indispensável a quem se interessa pelo mundo da bola 5.
E também a quem nada entende de futebol.
Como um orgulho de jogador fracassado, posso dizer que treinei algumas vezes contra ele no juvenil do América, no antigo campo da Alameda, onde hoje é o supermercado Extra.
Eu no time reserva, segundo time como se dizia então.
Parabéns, Tostão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário