sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

TITE... DE FOLCLÓRICO A GRANDE TÉCNICO




Até antes das conquistas de 2012, Anno Domini para sua vida esportiva, Tite foi um técnico folclórico.
Tite, com a sua fala arrevesada, empolada, causava risos, críticas.
Tornou-se uma espécie de Jânio Quadros do futebol.
Tite teve um início brilhante nos seu primeiro ano no Rio Grande do Sul, quando foi campeão gaúcho pelo Caxias.
Em terra de Inter e Grêmio, ser campeão pelo Caxias é um feito extraordinário.
Do Caxias pulou para o Grêmio onde foi campeão gaúcho e teve seu primeiro título nacional: Campeão da Copa do Brasil de 2001.
Daí por diante sua carreira que prometia muito, entregou pouco.
Acumulava fracasos e demissões.
Esmerava-se na fala cada vez mais empolada e risível.
E sua fama de técnico folclórico crescia.
Amargou fracassos e demissões.
Foi demitido no Corínthians.
Demitido no Galo.
Demitido no Palmeiras e nos Emirados Árabes.
Seu pior fracasso foi levar o Galo Mineiro ao rebaixamento em 2005.
Não caiu com o Galo, pois foi demitido antes do final, mas já tinha levado o time à beira do abismo.
E o seu sucessor não consegiu evitar a queda. 
Estava sem credibilidade alguma.
E foi assim que, em 2008, voltou para o Rio Grande do Sul.
Os ares gaúchos lhe deram sobrevida.
Foi campeão gaúcho pelo Internacional e, no mesmo ano de 2008,  Campeão da Copa Sul-americana sobre o Estudiantes. 
Mas a sorte madrasta não o abandonou de todo.
Após má campanha no Brasileiro de 2009 foi demitido pelo colorado.
Demitido antes que o campeonato chegasse ao fim.
Sua carreira se apagou.
Ficou mais de um ano sem trabalhar.
Títulos mesmo, até ali, ganhara:

  • 1 Gauchão pelo Caxias
  • 1 Copa do Brasil pelo Grêmio
  • 1 Sul-americana pelo Inter. 

Eu sei, ganhou um Gauchão pelo Grêmio e outro pelo Inter,
Mas isto não faz a menor diferença. 
Até sem técnico, tanto o tricolor quanto o colorado têm 50% de chances de vencer o Gauchão.
É igual Atlético e Cruzeiro em Minas Gerais.
Então, em 2010 foi contratado pelo Corínthians que havia dispensado Adilson Batista, o professor Pardal.
O time não estava de todo mal com Adilson.
Tite venceu algumas partidas e ficou em terceiro ao final do brasileiro.
No ano seguinte, 2011, a má sorte soprou de novo na sua nuca.
Foi desclassificado da Libertadores pelo Tolima.
Aí teve uma padrinho de peso.
Andrés Sanchez segurou-lhe a mão, não deixou que fosse demitido.
E contou com um pouco de sorte, pois não havia ninguém de peso livre no mercado e ele foi mantido.
E nesse mesmo 2011, que o envergonhara com a desclassificação na Libertadores, conseguiu o título do campeonato brasileiro.
Em 2012 veio a Libertadores.
E a taça de clubes da Fifa no Japão.
Esteve a beira do precipício e consagrou-se.
De repente, é tido como um grande treinador.
Estudioso.
Contemporâneo.
Que faz o Timão jogar o futebol mais europeu do Brasil.
De folclórico, em dois anos, tornou-se um mestre a ser consultado.
Deixou de ser folclórico?
Não.
Mas seu folclore, hoje, deixou de ser brega.
Boa sorte, Tite.

Nenhum comentário:

Postar um comentário