quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O NOVO TÉCNICO DO CRUZEIRO

A diretoria quer o Marcelo Oliveira que por seu passado de jogador atleticano tem forte rejeição entre torcedores.
Marcelo Oliveira formou, junto com Reinaldo e Cerezo, o melhor  Atlético Mineiro de todos os tempos.
Técnico, trabalhou na base, teve passagem pelo time principal do Galo, e se destacou em 2012 ao dirigir o Coritiba, vice na copa do Brasil.
Dispensado do Coxa, passou um breve e apagado período no Vasco da Gama. Não conseguiu interromper a queda livre dos cariocas no Brasileiro e ganhou sua segunda demissão em 2012.
Pela sua história e pelo que realizou no Coritiba, gosta do jogo bem jogado, da troca rápida de passes, do ataque veloz.
Esta é a cultura de futebol do Cruzeiro.
A torcida não aceitou o Celso Roth porque ele privilegiou a marcação forte e deprimiu o aspecto criativo que já era apagado pela falta de pelo menos um armador e bons atacantes.
A diretoria talvez espere também que Marcelo, pela sua formação técnica na base, possa aproveitar jogadores da Toquinha que, na história recente, não foram aproveitados.
Adilson Batista, Cuca, Joel Santana e Mancini viraram as costas e fecharam os olhos à base.
Marcelo e Cuca se parecem.
Tanto no modo como põem os seus times para jogar quanto no temperamento.
São tímidos.
À beira do gramado parecem tristes, deprimidos até.
Falta-lhes, na aparência, a chama do comando.
Não se trata de gritar ou de ser espalhafatoso.
Pepe Guardiola também é quieto à beira do campo, mas podemos perceber nele a chama do comandante.
Talvez esse temperamento explique, nos dois, a carência de títulos.
A torcida quer o Sampaoli, técnico da La U.
Fez lá um otimo trabalho, levou os chilenos a títulos e várias decisões.
La U, antes de vender seus melhores jogadores foi considerada a equipe que jogava o melhor futebol da América do Sul.
Lá estava a cultura cruzeirense.
Troca rápida de passes, ataque constante, deslocamentos, muitos gols.
Sampaoli mostrou-se um técnico inovador.
E vencedor.
Mostrou também, à beira do campo, a chama inconteste do comandante.
Ainda que não tenha refletido sobre o que vou dizer, a torcida do Cruzeiro sabe que todas as suas grandes conquistas foram conduzidas por grandes técnicos.
Airton Moreira, Aimoré Moreira, Zezé Moreira, Didi, Ênio Andrade, Autuori, Luxemburgo.
E o estrangeiro Arthur Nequessaurt que em 58/59/60 levou o time ao seu primeiro tri-campeonato.
Técnicos iniciantes ou inexperientes tiveram passagens inexpressivas pelos azuis.
Desse embate entre torcida e diretoria, creio que prevalecerá a vontade dos dirigentes.
À primeira derrota, Marcelo será vaiado impiedosamente.
É um risco grande.






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